Formação liturgico-musical

A importância do animador na Liturgia:
OS 30 PECADOS DO MINISTRO DE MÚSICA

1- Fazer do altar um palco
2- Impor sempre seu gosto pessoal
3- Cantar por cantar
4- "Só toco se for do meu jeito”
5- Ir sempre contra a ideia da equipe de celebração e do padre
6- Escolher sempre as mesmas músicas
7- Nunca sorrir
8- Usar instrumentos desafinados
9- Tocar músicas de novela em casamento
10- Afinar os instrumentos durante a missa
11- Colocar letra religiosa em música da "parada”
12- Nunca estudar liturgia
13- Não prestar atenção na letra do canto
14- Não ler o Evangelho do dia antes de escolher as músicas
15- Cantar forte demais no microfone, ou seja, o seu é sempre o mais alto
16- Volume dos instrumentos (muito) acima do volume dos microfones
17- Coral que canta tudo sozinho
18- Cantar só para exibir-se (estrelismo)
19- Distrair a assembleia com conversas paralelas durante a missa
20- Não avisar ao padre as horas que serão cantadas
21- Nunca ensaiar novas canções nem estudar o instrumento que ministra (voz, violão, teclado...)
22- Ensaiar tudo antes da missa
23- Cantar músicas desconhecidas

24- Usar roupa bem extravagante, que chame a atenção
25- Fazer de conta que está em um show de rock
26- Perder contato com a assembleia
27- Músicas fora da realidade e do tempo litúrgico
28- Fazer o máximo de barulho
29- Não ter vida interior, oração com o Ministério inteiro ou falsa humildade
30- Repetir no fim de cada celebração: "vocês são ótimos, eu sou apenas o máximo!”.

Com isso podemos começar a servir a Deus. Um bom líder sabe que várias cabeças pensam melhor que uma!


Debate sobre a Personalidade do músico na Igreja;

CANTO E MÚSICA NA LITURGIA PÓS-CONCÍLIO VATICANO II


O mais desejável seria que todos os servidores da arte musical na Liturgia se dessem tempo, regularmente, para meditar cada um dos documentos sobre música na Liturgia, especialmente, a própria Sacrosanctum Concilium e, em nível de Igreja no Brasil, o caderno de “Estudos da CNBB”, nº 79, (1998): A música litúrgica no Brasil. O tempo é de muita dispersão e deturpação. Uma enxurrada de coisas produzidas sem melhores critérios e divulgadas sem maiores cuidados, com força devastadora, invade as mentes e os corações dos fiéis menos avisados, solapando os fundamentos sólidos da fé e da piedade. Quando se atenta para o antigo adágio “lex orandi lex credendi”, "a lei da oração é a lei da fé" percebe-se quão grave é a responsabilidade de quem oferece subsídios para o cultivo da fé do Povo de Deus. E, a este respeito, quem desconhece a importância do canto litúrgico, sua força motivadora e expressiva?... O discernimento, então, se impõe como prática da vigilância cristã, tão cobrada pelo Mestre dos Mestres, Jesus, sobretudo daqueles e daquelas que têm, por missão, alimentar, de maneira substanciosa, a fé do Povo de Deus: “Quem é o administrador fiel e atento, que o Senhor encarregará de dar à criadagem a ração de trigo na hora certa? Feliz aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar agindo assim!” (Lc 12,42-43).
A pedido da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da CNBB, a editora PAULUS houve por bem publicar na coleção “Documentos da Igreja”, num único volume, os “Documentos sobre a Música Litúrgica”, que vão do Motu proprio “Tra Le Sollecitudini” de Pio X (1903), ao “A Música Litúrgica no Brasil” (Estudos da CNBB, nº 79), 1998. Isto é, a norma da oração é a norma da fé, ou seja, a oração é a condicionante mais importante da fé, ou ainda, a oração é a expressão e o alimento mais importante da fé, ou seja, a gente crê do jeito que a gente ora.




CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

CAPÍTULO 2

FUNDAMENTAÇÃO LITÚRGICA


2.1 — A função e o papel do canto na liturgia

 2.1.1 — a) O canto, como "parte necessária e integrante da liturgia", (SC 112), por exigência de autenticidade, deve ser a expressão da fé e da vida cristã de cada assembleia. Em ordem de importância é, após a comunhão sacramental, o elemento que melhor colabora para a verdadeira participação pedida pelo Concílio.
Ao indicar a importância e a necessidade do canto, os documentos conciliares nos apontam a sua função e seu papel na liturgia:
 * "Pelo canto, a oração se exprime com maior suavidade,
* mais claramente se manifestam o mistério da liturgia e sua índole hierárquica e comunitária,
* mais profundamente se atinge a unidade dos corações pela unidade das vozes,
* mais facilmente se elevam as almas pelo esplendor das coisas santas até as realidades supraterrenas,
* enfim, toda a celebração mais claramente prefigura aquela efetuada na celestial Jerusalém" (MS 5 e SC 112).
 b) O canto, portanto, não é algo de secundário ou lateral, na liturgia, mas é uma das expressões mais profundas e autênticas da própria liturgia e possibilita ao mesmo tempo uma participação pessoal e comunitária dos fiéis.
 2.1.2 — Para estabelecer as Características da Genuína Música Litúrgica, o Vaticano II, além de exigir a santidade e a correção de formas, baseia-se na própria liturgia, em seus diversos ritos e formas de expressão, e na exigência da participação da comunidade (cf. TLS 1,1; SC 112 e 114; MS 4 e 53).
 2.1.3 — A música, assim, está em íntima ligação com a liturgia, dela depende e a ela serve. Este serviço que a Constituição conciliar chamou de "FUNÇÃO MINISTERIAL", como "feliz interpretação daquilo que a liturgia concebe (SC 112; MS 6), isto é, ser louvor de Deus em linguagem da comunidade em oração, requer certas normas que a música deve fazer suas, para atingir a função sacral" (Paulo VI, Discurso de 4/1/1967) e para "corresponder à finalidade da liturgia (o todo), da qual esta música é parte integrante e necessária" (cf. Concl. do IV ENMS). Por isso:
Quanto mais uma obra musical se insere e se integra na ação litúrgica e em seus diversos ritos, "aqui e agora", e na celebração comunitária, tanto mais é adequada ao uso litúrgico.
Ao contrário, quanto mais uma obra musical se emancipa do texto, do contexto, das leis e ritos litúrgicos, muito embora se torne demonstração de arte e de cultura ou de saber humano, tanto mais é imprópria ao uso litúrgico.
Deve-se, portanto, partir da exata noção da liturgia, com seus fundamentos principais-palavras, rito e comunidade — concretos, tendo-se em mente que a arte musical é um meio para se entrar mais profundamente em comunicação com o mistério da salvação (fim), que se realiza na celebração litúrgica. É desta sua finalidade que a Música Sacra recebe toda a sua dimensão, a sua importância e os seus limites.
A estética, a forma, os atores da música litúrgica são condicionados pelo acontecimento litúrgico em seus fundamentos: — palavra, rito e assembleia, de modo que se deve empregar o gênero e a forma tais como requer a índole de cada rito, e que se explicite pela música o sentido e a natureza próprias de cada parte e de cada canto (cf. MS 6).
Em resumo: Se a música for como de fato requer a liturgia, será um sinal que nos leva do visível ao invisível, um carisma que contribui para a edificação de toda a comunidade e a manifestação do mistério da Igreja, Corpo Místico de Cristo: "Disso, necessariamente se conclui a importância que se há de atribuir ao canto, por manifestar dum modo especial o aspecto eclesial da celebração" (MS 42 e 5; IV ENMS ).
 2.1.4 — Quanto aos TEXTOS destinados ao canto, além de focalizar a função ministerial, a festa e o tempo litúrgico, os poetas, os compositores e os responsáveis pela escolha dos cantos, levem também em conta os critérios estabelecidos:
 a) Pelo Concílio: "Os textos destinados aos cantos sacros sejam conformes à doutrina católica, e sejam tirados principalmente da Sagrada Escritura e das fontes litúrgicas" (SC 121c). — "Na celebração litúrgica é máxima a importância da Sagrada Escritura. Pois dela são lidas as lições e explicadas na homilia e cantam-se os salmos. É de sua inspiração e bafejo que surgiram as preces, orações e hinos litúrgicos" (SC 24). — "Embora a liturgia encerre também grande ensinamento ao povo fiel, ela é principalmente culto da Majestade Divina" (SC 33). — Neste sentido, que os textos dos cantos estejam mais na linha do louvor gratuito, da ação de graças, da súplica e do perdão, como requer a genuína expressão litúrgica, e não apenas catequéticas e moralizantes.
 b) Pelo documento de Medellín: Os textos litúrgicos levem em conta a dimensão social e comunitária do cristianismo, formando homens comprometidos na construção de um mundo de paz (cf. Paz, 24), pois "na hora atual de nossa América Latina, como em todos os tempos, a celebração litúrgica coroa e comporta um compromisso com a realidade humana (GS 43), com o desenvolvimento e com a promoção, precisamente porque toda a criação está inserida no desígnio salvador que abrange a totalidade do homem" (Liturgia, n° 4).
Coisa difícil, mas indispensável, será equilibrar o cunho contemplativo que os textos cantados devem ter, com a mensagem de engajamento que devem transmitir. Não são admissíveis textos alienados da realidade da vida, nem tampouco textos que instrumentalizem a celebração litúrgica para veicular uma ideologia.
 2.1.5 — Quanto à MÚSICA, ela é uma linguagem privilegiada que exprime e manifesta a alma e a cultura de um povo; para a liturgia ser autêntica e a participação ser profunda, deve-se usar a linguagem musical que melhor expresse a fé e a oração do povo orante. Por princípio "a Igreja aprova e admite no culto divino todas as formas de verdadeira arte dotadas das devidas qualidades" (SC 112), e "favorece por todos os meios o canto do povo, mesmo sob novas formas adaptadas ao caráter de cada povo e à mentalidade de hoje... No entanto, é preciso reconhecer que todos os gêneros de cantos ou de instrumentos não são igualmente aptos a sustentar a oração e a exprimir o mistério de Cristo" (III Instrução da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de 5/9/1970, nº 3c).

2.2 — Ministérios e serviços do canto litúrgico na comunidade

2.2.1 — A comunidade celebrante
 A renovação litúrgica do Vaticano II tem sua principal razão de ser na participação do Povo de Deus no mistério de salvação que se realiza na liturgia (cf. SC 5 e 6). Como decorrência da natureza da própria liturgia, "o povo tem o direito e o dever a esta participação" (Cf. SC 14).
Todos os ministérios e serviços nascem da comunidade e a ela se destinam para a sua melhor participação e crescimento espiritual e a "edificação do Corpo de Cristo" (cf. Ef 4,12). Toda liturgia autêntica revela a própria Igreja e sua índole hierárquica e comunitária (cf. SC 26 e 27), e requer uma participação ativa de todos os seus membros, de acordo com a sua função (SC 28). "Disso necessariamente se conclui a importância que se há de atribuir ao canto, por manifestar de modo especial o aspecto eclesial da celebração" (MS 42 e 5).
 2.2.2 — O Coral e seu ministério na comunidade
 "A renovação litúrgica não pôs em questão o CORO em si mesmo, mas ao contrário, deu-lhe um papel de destaque na celebração da liturgia (cf. MS 19). O coro deve, porém, renovar-se com a liturgia no seu modo de ser, de atuar, em seu repertório, estilo, formação e mentalidade... Ele desempenha um verdadeiro ministério (SC 29) ou função litúrgica na assembleia celebrante, e por isso é hoje, mais do que nunca, indispensável a uma celebração viva na liturgia renovada, e sua atuação redunda em benefício da própria comunidade, principalmente:
 a) Pela valorização da liturgia cantada, que deve ser o modelo das demais celebrações (MS 5).
b) Pela insistência em se observar exatamente o sentido e a natureza própria de cada rito e canto (MS 6).
c) Pela necessidade de variação nas formas de celebração e de participação (MS 10).
d) pelo auxílio que presta é participação do povo" (MS 19 e IV ENMS).
 2.2.3 — O animador do canto e seu ministério na comunidade
Pelas mesmas razões (2.2.2.), fundamenta-se e recomenda-se o ministério do animador do canto nas comunidades, e mais: "Providencie-se que haja ao menos um ou outro CANTOR, devidamente formado, o qual deve então propor ao povo ao menos as melodias mais simples, para que este participe, e deverá oportunamente dirigir e apoiar os fiéis. Convém que haja tal cantor também nas igrejas dotadas de coral" (MS 21). Todos sabemos da importância de um bom ensaiador/animador numa comunidade. É de seu serviço dedicado que depende em grande parte a boa participação cantada do povo.
 2.2.4 — Os instrumentistas e seu ministério na comunidade
 "Os instrumentos podem ser de grande utilidade na liturgia, quer acompanhando o canto, quer sem ele" (MS 62), "na medida em que prestam serviço à palavra cantada, ao rito (explicitando-o melhor) e à comunidade em oração; dessa maneira a música instrumental participa da sacralidade da liturgia e torna-se música sacra por participação. O instrumento por si mesmo, como prolongamento da voz humana (alma e voz), não é nem sacro nem profano, assim como a voz humana em si mesma não o é. A classificação de instrumentos em sacros e profanos depende da relação sócio cultural/psicológico mutável quanto ao tempo (na História) e quanto ao lugar (nas culturas diversas) (cf. SC 12). Se um instrumento consegue integrar-se na liturgia, ajudando-a e exprimindo-a melhor, especialmente pelo acompanhamento do canto, este instrumento torna-se sacro, participando da sacralidade da liturgia" (IV ENMS).
 2.2.5 — O carisma dos compositores
 Para que haja uma verdadeira renovação musical, são necessários compositores competentes e imbuídos do espírito de um apostolado litúrgico e pastoral, compenetrados de que "são chamados para cultivar a música sacra e para aumentar-lhe o tesouro. Componham, porém, melodias que apresentem as características da verdadeira música sacra, e que possam ser cantadas não só pelos grandes coros, mas que também estejam ao alcance dos modestos, e favoreçam a participação ativa de toda a comunidade dos fiéis" (SC 121). Igualmente, "examinem as obras do passado, seus gêneros e características, mas sempre com os olhos atentos se voltem para as novas leis e necessidades da sagrada liturgia..." (MS 59), pois, "a adaptação da Música Sacra naquelas regiões dotadas de tradição musical própria, principalmente nas regiões missionárias (cf. SC 119), exigirá dos peritos preparação toda especial... Os que a esta tarefa se dedicam devem possuir suficiente conhecimento, não só da liturgia e da tradição musical da Igreja, como também da língua, do canto popular e de outras expressões do gênio do povo para o qual trabalham" (MS 61).
 2.2.6 — A formação litúrgico-musical dos agentes da Pastoral
 Como a prática da música litúrgica nas comunidades cristãs depende decisivamente dos Agentes de pastoral, observe-se o que sabiamente determina o Concílio sobre a formação dos mesmos: "Tenha-se em grande consideração nos seminários, nos noviciados dos religiosos e nas casas de estudos de ambos os sexos, e nos demais institutos e escolas católicas, a formação e a prática musical. Para adquirir tal formação, os mestres indicados para ensinar música sacra sejam cuidadosamente preparados" (SC 115, MS 52).
 2.2.7 — O serviço das comissões e equipes de música litúrgica
 Este trabalho deve ser orientado, incentivado e acompanhado pelas Comissões e Equipes de música litúrgica. Pedidas pela legislação anterior ao Concílio, elas foram pelo mesmo lembradas e recomendadas (SC 44-46), como órgãos promotores da música litúrgica nas Dioceses e Regiões (MS 68) e de assessoria junto as Comissões Nacionais de Liturgia (MS 69).
 2.2.8 — O apoio e o incentivo dos pastores à Pastoral do Canto
 O Concílio nos lembra de que "um dos principais deveres de almas é promover com empenho e paciência a participação de todo o povo na liturgia e a formação dos agentes de pastoral" (SC 19 e 114); e que "não há esperança de se atingir tal objetivo, se os próprios pastores não estiverem antes profundamente imbuídos do espírito e força da liturgia" (SC 14 e 11).

CAPÍTULO III

LINHAS DE AÇÃO PASTORAL DA MÚSICA LITÚRGICA

3.1 — O Canto nas celebrações litúrgicas deve ser a expressão comum da Participação do Povo. Por isso, não se torne um privilégio de apenas algumas pessoas, de um grupo coral, ou de um único cantor.
3.2 — Segundo a legislação em vigor e como pede a liturgia, para que haja uma verdadeira renovação musical e um trabalho eficaz, é preciso que sejam criadas Comissões e Equipes Diocesanas ou Regionais de música litúrgica que:
a) Velem pela promoção e implantação de um autêntico espírito litúrgico-musical.
b) Examinem com cuidado textos e partituras, para uso litúrgico, avaliando-os, aprovando-os ou recusando-os, de acordo com o valor ou desvalor dos mesmos.
c) Empenhem-se em organizar cursos, encontros e reuniões para a formação de agentes de pastoral, e outras pessoas capacitadas, orientando-as e formando-as no sentido litúrgico-musical e na aplicação concreta às celebrações.
d) Atuem em relação às gravadoras e editoras de música e de folhetos de participação, para que tenham em sua direção pessoas competentes litúrgica e musicalmente; incentivem os compositores a uma colaboração cada vez maior em prol da renovação.
e) Façam chegar às comunidades eclesiais as normas conciliares, pós-conciliares, da Conferência Episcopal e do Bispo diocesano, quer orientando em suas aplicações práticas, quer corrigindo os abusos, quer ainda promovendo uma revisão periódica da pastoral musical.
f) Promovam e coordenem a pastoral musical em sentido de unidade eclesial, de modo que não se criem grupos fechados, movimentos ou correntes isoladas que desagregam as forças e desintegram a unidade da pastoral local.
 3.3 — Onde não for possível a criação de uma Comissão, que haja pelo menos uma pessoa capacitada em música litúrgica, de preferência ligada a uma Comissão Regional, como responsável pela pastoral da música litúrgica.
 3.4 — Quanto aos corais, sejam eles bem integrados na vida da comunidade, tanto na liturgia como na vida paroquial. Sua função não é a de um coro de concerto, mas a de um membro vivo de uma assembleia orgânica, atuando por seus diversos atores para a mesma finalidade: participar eclesialmente do mistério da salvação. Seu ministério seja:
 a) Função de guia e apoio na participação do povo. 
b) Função de acompanhamento e de complemento do mesmo. 
c) Função de diálogo e alternância. 
d) Função especial própria, executando sozinho as partes que lhe competem. 
e) Função de suplente ou representante, substituindo excepcional e temporariamente o povo em circunstâncias especiais (IV ENMS) — Para estimular a participação dos corais, é desejável que as publicações e gravações litúrgicas apresentem modelos de atuação do coral.
 3.5 — Providencie-se que haja ensaiador(es) e animador em cada paróquia ou comunidade eclesial, e que, através de uma formação progressiva, torne-se sempre mais eficiente em seu ministério. É necessário que ele disponha do tempo indispensável para os ensaios e dos meios e subsídios para uma boa participação do povo.
 3.6 — Procure-se que haja em cada comunidade, instrumentistas e instrumentos musicais para acompanhar o canto litúrgico. Atenda-se à sua função ministerial, utilizando-os:
a) "Em relação à Palavra cantada: como prelúdio, acompanhamento, interlúdio e postlúdio"; (que eles não encubram as vozes por um volume excessivo nem toquem tão fraco que a comunidade não os ouça).
b) Em relação ao rito: poderá haver excepcionalmente o toque do instrumento solista na entrada, na preparação das oferendas e na comunhão; em certas ocasiões o instrumentista poderá improvisar sobre o tema de um canto conhecido e apropriado; poderá igualmente tocar sozinho, antes ou depois da missa, uma peça que combine com a liturgia do dia. Não convém tocar instrumento ou gravação durante a Oração Eucarística (cf. MS 64).
c) Em relação à comunidade, principalmente pelo acompanhamento do canto da assembleia (cf. IV ENMS): que o modo de tocar os instrumentos leve a comunidade a uma oração mais profunda e interiorizada, vibrante e alegre.
 3.7 — Os Compositores sejam sempre mais incentivados, quer proporcionando-lhes tempo para estudo e atuação, quer oferecendo-lhes meios adequados de aperfeiçoamento em seu "real e verdadeiro apostolado" (MSD 17).
 3.8 — Urge promover nas casas de formação sacerdotal, religiosa e de agentes de pastoral, uma educação, musical litúrgica adequada, que possibilite, aos futuros responsáveis pelas assembleias litúrgicas, o competente exercício de sua missão. É necessário que os Pastores deem o apoio, o incentivo, os meios necessários e a formação adequada aos cantores, aos ensaiadores, aos instrumentistas e às Comissões ou pessoas responsáveis pela pastoral do canto nas dioceses e paróquias; do contrário, estes agentes sentir-se-ão sozinhos e acabarão desanimando. O pastor seja o animador dos ministérios e o incentivador dos carismas, e atue através das Comissões ou pessoas capacitadas em música litúrgica (cf. SC 33-46; MS 68-69).
 3.9 — Em relação aos textos, evitem-se os cantos com letras adaptadas. Além de ferir os direitos do autor, tal adaptação, por si mesma, revela a inconveniência do original que será mentalmente evocado, evidenciando empobrecimento da celebração litúrgica e desvirtuando o seu sentido.
O princípio da íntima ligação do canto com a ação litúrgica pede que sejam excluídas das celebrações litúrgicas as músicas de dança, melodias/sucesso de películas cinematográficas, de novelas, de festivais, de peças teatrais e similares.
Quanto às missas que giram em torno de um tema, observe-se:
 a) Que não se esvaziem as grandes festas e os tempos litúrgicos fortes.
 b) Que focalizem um aspecto do Mistério da Salvação que a comunidade está vivendo e que sente necessidade de "celebrar".
 c) Que as leituras, as orações e os cantos combinem com a celebração.
 d) que os cantos estejam de acordo com a função ministerial.
 3.10 — Quanto à MÚSICA, que a linguagem musical expresse de fato a oração e a fé do povo orante nas diversas comunidades eclesiais (cf. acima 2.1.5).
 3.11 — Para celebrações ocasionais — matrimônios, exéquias, bodas, páscoas coletivas, formaturas, etc. — tenham-se na devida conta as orientações dadas pela CNBB no documento sobre a Pastoral da Eucaristia aprovado na Assembleia Geral de Itaici em 1974. Procurem, todavia, os compositores, dar atenção especial ao repertório para tais celebrações, criando em vernáculo "músicas funcionais", que não sejam indignas do passado (SC 121), que enriqueçam a presente renovação e tenham em conta a participação mais frequente de corais integrados com o povo.
 3.12 — A escolha dos cantos para as celebrações seja feita com critérios válidos. Não se devem escolher os cantos para uma celebração porque "são bonitos e agradáveis", ou porque "são fáceis", mas porque são litúrgicos, respondendo aos quesitos preliminares:
a) O QUE se vai celebrar (o mistério de Cristo): a festa do dia, o tempo litúrgico.
b) QUEM vai celebrar: uma comunidade concreta, com sua vida, sua cultura, seu modo de expressar (jovens, adultos, crianças), gente de cidade, de zona rural, do sul, do norte, nordeste... com maior ou menor maturidade de fé e formação cristã, sua capacidade, seu gosto musical; as pessoas disponíveis no momento para as diversas funções.
c) COM QUE MEIOS (os cantos, as leituras, as orações...); então passar à escolha dos cantos em equipe, tendo em vista:
o TEXTO dos cantos: que sejam de inspiração bíblica, que cumpram a sua função ministerial e que se relacionem com a festa ou o tempo;
a MÚSICA: que seja a expressão da oração e da fé desta comunidade; que combinem com a letra e com a função litúrgica de cada canto.

CONCLUSÃO

 Esperamos que este subsídio possa servir de ajuda, orientação e incentivo à pastoral litúrgico-musical das paróquias e comunidades eclesiais do Brasil. Através do canto elas possam crescer na fé, na vida cristã e no louvor de Deus. E que desta forma, como Paulo nos exorta, "a Palavra de Cristo permaneça entre nós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda sabedoria nos possamos instruir e exortar mutuamente. E que, sob a inspiração da graça, cantemos a Deus, de todo o coração, salmos, hinos, e cânticos espirituais" (cf. Cl 3,16).



CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
ANIMAÇÃO DA VIDA LITÚRGICA NO BRASIL
Elementos da Pastoral Litúrgica/ 27ª Assembleia Geral/ Itaici, SP, 5 a 14 de abril de 1989

RITOS INICIAIS DA MISSA: FORMAR ASSEMBLEIA, "ENTRAR NO CLIMA DA CELEBRAÇÃO".

O ESQUEMA RITUAL

Canto de abertura / Sinal da Cruz, Saudação, Acolhida / Ato penitencial / Hino "Glória a Deus" / Oração do dia / AMÉM
232. As partes que precedem a Liturgia da Palavra, isto é, introdução eventual à celebração pelo(a) animador(a), "entrada dos ministros, saudação, ato penitencial, Senhor, tende piedade, Glória e Oração do dia (Coleta) têm caráter de exórdio, introdução, preparação". Por isso mesmo tem grande importância para uma boa celebração.
233. "Esses ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis reunidos constituam a comunidade celebrante, se disponham a ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia".
235. O Diretório para missas com crianças prevê, para evitar a dispersão, que se possa "omitir um ou outro elemento do rito inicial", exceto a Oração do dia (Coleta) e sem que nenhum seja sempre desprezado.
236. Em certas circunstâncias tradicionais, o Missal Romano prevê também a omissão parcial ou total dos ritos iniciais, excetuada a Oração do dia, quando outros ritos precedem e integram a liturgia do dia, por exemplo, no Domingo de Ramos e da Paixão e na Apresentação do Senhor, após a procissão. Nestes casos, os ritos de bênção e procissão desempenharão também a função dos ritos iniciais, que é a de constituir a assembleia, bastando a Oração do dia e o Glória, quando previsto. O mesmo poderá dar-se, se oportuno, em certas circunstâncias de nossas comunidades, por exemplo, na Festa do Padroeiro ou encerramento do mês de Maio etc., quando a missa segue imediatamente a procissão solene. Também no caso de integração da Liturgia das Horas com a missa, há substituição de ritos iniciais. Nunca há de faltar, no entanto, a Oração do dia (Coleta), que é a mais tradicional forma de abertura de uma celebração.

Entrada

237. Nossas celebrações costumam ser precedidas por breves palavras iniciais do(a) animador(a). Mais do que uma exortação ou de uma introdução temática, é preferível situar a celebração deste Domingo particular no contexto do Tempo litúrgico e das circunstâncias concretas da vida da comunidade; evocar algumas grandes intenções subjacentes à oração, suscitar atitudes de oração e convidar ao início da celebração com o canto da entrada.
238. Enquanto o sacerdote entra com os demais ministros, a assembleia é convidada a levantar-se, para dar início à celebração com o canto da entrada. A finalidade deste canto é justamente dar início à celebração, criar o clima que vai promover a união orante da comunidade e introduzir no mistério do Tempo litúrgico ou da festa. Por isso, pode ser útil prolongar o tempo deste primeiro canto, para que atinja a sua finalidade.
239. Este canto de abertura acompanha também a entrada do sacerdote e dos ministros. Onde for possível, é conveniente valorizar uma verdadeira procissão de entrada do sacerdote e dos demais ministros, que prestarão um serviço específico na celebração: acólitos, ministros extraordinários da Comunhão, leitores e outros ministros, como, por exemplo, os que vão ler as intenções da Oração dos fiéis, os que vão trazer as oferendas, eventualmente, cantores etc. Estes ministros, oportunamente, tomarão lugar no presbitério.
240. Há possibilidade de uma grande variedade nesta procissão. O Missal Romano prevê, se oportuno, o uso de cruz processional acompanhada de velas acesas, turíbulo já aceso, livro dos Evangelhos ou Lecionário. Outras circunstâncias poderão sugerir novos elementos como círio pascal, água benta, bandeira do padroeiro numa festa de santo, ramos, cartazes com dizeres, participação de representantes da comunidade (adultos, jovens, crianças).

Saudação ao povo reunido

243. Para saudar o povo reunido, expressando a presença do Senhor nele e o mistério da Igreja, o sacerdote é convidado a usar uma fórmula ritual de inspiração bíblica à qual o povo responde com uma fórmula conhecida e sempre a mesma.
Eventualmente, a saudação ritual ganhará mais significado se for cantada.
244. É desejável que após esta saudação ritual haja uma palavra mais espontânea de introdução do sacerdote ou de outro ministro idôneo.
Uma sadia criatividade saberá desenvolver com fruto diversas inovações possíveis como: saudação espontânea aos presentes, em particular aos visitantes ou novos membros da comunidade que se apresentam; a categorias específicas, conforme as circunstâncias (jovens, casais, mães etc.), seguida eventualmente por um breve canto de boas vindas. A motivação para a celebração pode incluir intenções da assembleia, ou acontecimentos a comemorar à luz do mistério pascal. Oportunamente, gestos da assembleia poderão intervir, por exemplo, acolher-se mutuamente através de saudações aos vizinhos, bater palmas, dar vivas em honra do Cristo Ressuscitado, a Nossa Senhora, ao Padroeiro(a) em dia de festa etc.
245. Em tudo isso, trata-se de ajudar a criar um ambiente acolhedor, fraterno e formar uma verdadeira comunhão na fé, usando de discernimento e variedade, conforme as circunstâncias do Tempo litúrgico, de lugar e de cultura.

Ato penitencial

246. "Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, realizado então por toda a comunidade, por uma confissão geral, sendo concluído com a absolvição geral".
247. Geralmente, entre nós, o ato penitencial é um momento importante da celebração, valorizado por uma sadia criatividade. Muito bem acolhido em nossas comunidades, tem como função preparar a assembleia para "ouvir a Palavra de Deus e celebrar dignamente os santos mistérios".
248. Além de celebrar a misericórdia divina, duas atitudes básicas podem ser sublinhadas: o reconhecer-se pecador, culpado e necessitado de purificação, na atitude do publicano descrita em Lucas 18,9-14, e o reconhecer-se pecador como expressão de "temor" diante da experiência do Deus Santo e Misericordioso, a exemplo de Pedro, conforme Lucas 5,8 e Isaías 6,1-7. De acordo com as circunstâncias, pode-se acentuar um ou outro aspecto.
249. O Missal Romano prevê o seguinte esquema:
Introdução do rito pelo sacerdote
momento de silêncio
fórmulas várias para reconhecer-se pecador:
a) Confesso a Deus (Ato de contrição)
b) Versículos: Tende compaixão…
c) Forma litânica: invocação à escolha e resposta: Senhor, tende piedade…
Conclusão: absolvição geral
250. Temos, pois, os seguintes elementos: a) introdução pelo sacerdote; b) parte central do rito, que permite a intervenção de outros ministros que não sejam o sacerdote; c) conclusão com a absolvição geral, onde o sacerdote também se inclui para deixar claro que não se trata do sacramento da Penitência.
Todo o rito, por sua vez, pode ser substituído pelo Rito da Bênção e Aspersão da água.
O ponto central do rito comporta, além de um tempo de silêncio, fórmulas diversas de reconhecer-se pecador: 1) Ato de contrição (Confesso a Deus); 2) Versículos: Tende compaixão…; 3º Forma litânica com invocações à escolha e resposta: Senhor, tende piedade de nós.
252. Existe a possibilidade de o rito penitencial integrar ou ser complementado por cantos populares de caráter penitencial, refrãos variados, atitudes corporais (inclinar-se, ajoelhar-se, erguer as mãos em súplica, bater no peito, fechar os olhos, colocar a mão no coração etc.), símbolos (objetos ou gestos), bem como de elementos visuais (cartazes, slides…) que se julgarem mais aptos para externar os sentimentos de penitência e de conversão.
253. Os tempos penitenciais como a Quaresma e outros, quando não se canta o Glória, serão mais propícios para um rito penitencial mais desenvolvido, de acordo com a pedagogia do Ano litúrgico, permitindo assim maior variedade.
255. O rito penitencial bem realizado pode tornar-se um lugar importante para o ministério pastoral da educação ao senso do pecado pessoal, comunitário, social e do ministério da reconciliação de toda a Igreja, que encontra o seu ápice de sacramentalidade no Batismo e na Penitência.

Kyrie eleison — Senhor, tende piedade

256. De vez em quando convém valorizar o "Senhor, tende piedade" em si, sem ser integrado no rito penitencial, como "canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia", a sua atenção. É uma aclamação pela qual podemos louvar o Senhor Jesus pelo perdão, por "olhar por nós" na sua misericórdia.

Glória

257. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro. Não constitui uma aclamação trinitária.

Oração do dia (Coleta)

258. "A seguir o sacerdote convida o povo a rezar; todos conservam-se em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos".

2. LITURGIA DA PALAVRA: CELEBRAR A PALAVRA

262. Resumindo, a Liturgia da Palavra da missa é constituída a) pelo anúncio da Palavra (organização das leituras, incluindo o Salmo), b) sua atualização na homilia e c) a resposta à Palavra no Creio e na Oração dos fiéis.
Deus fala seu povo reunido responde / 1ª leitura / Antigo Testamento e Atos dos Apóstolos
<... o salmo
2ª leitura / Epístolas e Apocalipse
...> Aclamação
Evangelho
<... Aclamação
<...homilia...>Creio / Oração dos fiéis/AMÉM
A Liturgia da Palavra é um diálogo entre Deus e o seu Povo.

O desafio da Liturgia da Palavra

263. A experiência nos mostra que celebrar a Palavra de Deus não é fácil. Apesar de o nosso povo gostar da Bíblia, muitas vezes a Liturgia da Palavra aparece como uma sucessão enfadonha de leituras e comentários enfileirados um após outros; em consequência, cai-se facilmente no discurso catequético, moralizador, doutrinal, ideológico.
264. Além disso é difícil deixar claro que a Palavra de Deus é antes de tudo um Eu que se dirige ao Tu do seu povo reunido dialogicamente; e mais ainda, que neste diálogo a Palavra é, efetivamente, Palavra eficaz do Deus libertador que cria vida nova.
265. Mas duas experiências bem sucedidas mostram caminhos possíveis. O primeiro refere-se às CEBs ou outros grupos mais homogêneos, que conseguiram uma maior partilha da Palavra no confronto entre Bíblia e vida das comunidades ou grupos. O segundo caminho, na linha da tradição romana e mais adequado aos grandes grupos, acentua certos ritos, que não são necessários nos grupos anteriores. A Liturgia da Palavra, comporta ações simbólicas como gestos, elementos visuais, música etc.

As leituras

266. "A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis".
270. A proclamação do Evangelho deve aparecer como ponto alto da Liturgia da Palavra. A tradição romana sempre valorizou com ritos expressivos tanto o Livro dos Evangelhos quanto a sua proclamação: Procissão do livro e canto de aclamação, persignação, incensação, leitura ou canto solene, beijo do livro, aclamações antes e depois da leitura.
272. Não faltarão, onde for possível, antes da proclamação do Evangelho um verdadeiro canto de aclamação e "após o Evangelho, a aclamação do povo segundo o costume da região", oportunamente cantada e acompanhada de gestos, cantos, vivas etc.
273. Poder-se-ia em certos lugares valorizar por uma procissão a busca ou entrada do Livro dos Evangelhos, a não ser que se tenha feito no início da liturgia da Palavra ou no rito da Entrada.

Salmo responsorial

274. Entre as leituras cante-se um salmo que favoreça a meditação da palavra escutada, sobretudo quando é brevemente salientada esta sua função. Este salmo responsorial, Palavra de Deus, é parte integrante da Liturgia da Palavra e seu texto acha-se diretamente ligado à respectiva leitura. Onde não for oportuno proferir o salmo do dia, sobretudo se cantado, pode-se recorrer a outro salmo adequado. Podem-se cantar refrãos de caráter popular apropriados em lugar do refrão do salmo. Dar-se-á sempre preferência à escolha de um salmo em lugar de outro canto de meditação, pois importa superar aos poucos o costume de se cantar aqui outro canto religioso que não seja salmo. A missa é para os cristãos leigos quase o único lugar onde podem descobrir a riqueza inesgotável dos salmos.

Homilia

275. Diferente do sermão ou de outras formas de pregação, a homilia (que significa conversa familiar) é parte integrante da Liturgia da Palavra e, como tal, fica reservada ao sacerdote ou ao diácono. É de desejar que haja homilia também nas celebrações em dia de semana.

O Símbolo ou Profissão de fé

281. "O Símbolo ou Profissão de fé, na missa, tem por objetivo levar o povo a dar o seu assentimento e resposta à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra da fé antes de iniciar a celebração da Eucaristia".
282. Além do Símbolo niceno-constantinopolitano, que deveria ser usado mais frequentemente, é muito útil para as celebrações com o povo o Símbolo dos apóstolos na sua forma direta ou, em casos especiais, na forma dialogada, como ocorre no rito do Batismo, no dia da Crisma e na Vigília Pascal. Eventualmente refrãos cantados e adequados podem integrar sua recitação. É um abuso substituir o Creio por formulações que não expressam a fé como é professada nos símbolos mencionados.

Oração universal ou dos fiéis

283. A Oração dos fiéis ou Oração universal, de modo geral, tornou-se nas comunidades um momento bom, variado e de bastante participação, "onde o povo, exercendo a sua função sacerdotal, reza por toda a humanidade".
Ao sacerdote cabe introduzir e concluir a Oração dos fiéis.

3. LITURGIA EUCARÍSTICA: CELEBRAR A CEIA PASCAL

286. Celebrando o memorial do Senhor, a Igreja, na Liturgia eucarística, faz o mesmo que Cristo fez na última Ceia.
ÚLTIMA CEIA LITURGIA EUCARÍSTICA/Ele tomou o pão…o cálice = Preparação das oferendas/deu graças = Oração eucarística/partiu o pão = Fração do pão e deu
 Comunhão
287. De fato:
1) Tomou o pão, o cálice. Na preparação das oferendas levam-se à mesa do altar o pão, o vinho e a água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos;
2) Deu graças. Na Oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra salvífica e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo;
3) Partiu o pão. Pela fração do mesmo pão manifesta-se a Unidade dos fiéis.
4) Deu: Pela comunhão os fiéis recebem o Corpo e o Sangue do Senhor como os apóstolos o receberam das mãos do próprio Cristo.
288. Cuidar-se-á, na catequese e na pregação para que os fiéis possam facilmente reconhecer esta estrutura fundamental da Liturgia eucarística.

3.1. Preparação das Oferendas: Ele tomou o pão, ele tomou o cálice.

289. "No início da Liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas, que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo".
295. A oferta apresentada na hora da apresentação das oferendas é, ao nível do simbólico, uma antecipação daquela oblação e deve significar as pessoas entregando-se a Deus através de suas ofertas "em" Cristo. Oferecer os frutos da terra e do trabalho, que de Deus recebemos, é um gesto de amor, uma maneira de reconhecer que ele é nosso Pai.
296. O canto do ofertório, se houver, acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. O canto não deve necessariamente falar de ofertas, mas pode recordar a vida do povo de modo condizente com o ato litúrgico ou simplesmente harmonizar-se com a celebração do mistério do dia de acordo com a tradição.
297. O ofertório pode ser momento propício para valorizar gestos da assembleia. Onde expressões corporais forem bem aceitas poderão ser admitidas na procissão das ofertas.

3.2. A Oração eucarística: Ele deu graças.

298. Uma iniciação à Eucaristia ajudará a perceber que a Oração eucarística forma um todo, que comporta diversos elementos:
Estrutura da prece eucarística/Diálogo inicial
Prefácio — SANTO
Epiclese (invocação do Espírito Santo)/Narrativa da Instituição — Consagração
Anamnese (memorial) e Oblação/Epiclese de comunhão/Intercessões/Doxologia final
AMÉM
299. Portanto esta venerável oração contém:
a) O Prefácio (no sentido aqui de proclamação pública) expressa a ação de graças, o louvor a Deus por toda a obra da salvação ou por um de seus aspectos, e termina com b) a aclamação do Santo. c) Segue então a Epiclese ou invocação do Espírito Santo sobre os dons, d) a narração da instituição ou consagração, que Cristo encerrou, dizendo: Fazei isto em memória de mim; e) por isso, segue a anamnese ou oração da memória de Cristo que leva à f) oblação pela qual a Igreja reunida, realizando essa memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a "hóstia imaculada" e se oferece a si mesma a Cristo; g) epiclese de comunhão, pois o Espírito é quem congrega na unidade da Igreja, Corpo místico de Cristo; h) vêm então as intercessões pelas quais se expressa que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre e por todos os membros vivos e falecidos; i) A Doxologia final (glorificação de Deus) será cantada ou pronunciada só pelo presidente e confirmada e concluída pelo "AMÉM" do povo.
304. Como já notamos, é particularmente importante valorizar o canto, tanto por parte do sacerdote (Prefácio, Narração da Instituição, Anamnese, Doxologia final), quanto nas partes da assembleia: Santo, Aclamações diversas, segundo as Orações eucarísticas, aclamação do Amém final.
305. Considerando que as aclamações constituem uma forma de participação ativa da comunidade na grande Oração eucarística de quem preside, convém valorizar tais aclamações conforme a índole do povo. Para intensificar essa participação ativa do povo, as aclamações sejam de, preferência, cantadas e oportunamente acompanhadas de gestos.
306. Convém que se valorize da melhor maneira possível, em particular o Amém conclusivo da Oração eucarística, por exemplo, enfatizando-o através do canto, da repetição ou de outro modo.

3.3 Os Ritos Da Comunhão: Ele Partiu O Pão E O Deu; Tomai, Comei; Tomai, Bebei

307.
Introdução ao PAI NOSSO / Livrai-nos… (embolismo) / Vosso é o Reino (Doxologia)/Oração pela Paz / Que a paz do Senhor…
Gesto de paz
• FRAÇÃO DO PÃO /
+ canto: Cordeiro de Deus:
• CONVITE À COMUNHÃO: Felizes/ Apresentação: Eis o cordeiro/"Senhor, eu não sou digno…"
Comunhão (+ canto)
interiorização
• ORAÇÃO após a Comunhão
AMÉM
308. "Terminada a Oração eucarística, seguem-se sempre o Pai-nosso, a Fração do Pão e o convite para a Comunhão, pois estes elementos são de grande importância na estrutura desta parte da missa".
310. Pai-nosso, sobretudo quando cantado, é especialmente apto para estimular o sentimento de fraterna solidariedade cristã. Este sentimento pode, além disso, ser expresso por gestos, desde que se harmonizem com os gostos e costumes do povo. Por ser a Oração que o Senhor nos ensinou, não deve ser nunca substituída por outros cantos, parafraseando o Pai-nosso, que poderão, no entanto, ser aproveitados em outros momentos.
311. O rito da paz. "Neste rito, os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana e exprimem mutuamente a caridade antes de participar do mesmo pão".
316. Durante a fração, o povo canta ou diz o "Cordeiro de Deus", entoado pela assembleia. A saudação da paz não deve ofuscar a importância deste momento do rito.
322. "Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o Canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraterna a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Durante a Comunhão há lugar também para um fundo de música instrumental, concluído o canto.
323. Interiorização após a Comunhão. "Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembleia entoar ainda um hino ou outro canto de louvor".
324. É particularmente útil deixar espaço após a distribuição da Comunhão para um momento de interiorização. Segundo as circunstâncias, será orientado por quem preside ou outro ministro.
325. Este poderá ser nas comunidades outro momento de grande flexibilidade, usado como criatividade: silêncio, meditação, oração, canto, visando um aprofundamento do mistério celebrado etc. Em geral, as Antífonas da Comunhão do Missal, recebidas da tradição, retomam uma frase central do Evangelho ou do mistério do dia. Elas nos fornecem assim uma indicação precisa quanto à maneira de como pode ser apresentada e aprofundada a Comunhão eucarística à luz da Palavra de Deus.

4. RITOS FINAIS DA MISSA: A DESPEDIDA

330. Um canto final, se parecer oportuno, embora não previsto no Missal, encontrará maior receptividade neste momento do que mais tarde.
332. De qualquer modo, haja no fim da missa, na medida do possível, uma verdadeira despedida humana e fraterna.

OBSERVAÇÃO FINAL

333. As presentes orientações visam oferecer às Igrejas locais e suas comunidades pistas que favoreçam a participação do povo na missa, incentivada e proposta pelo Vaticano II.
334. Os frutos pastorais que delas se esperam dependem do cuidado com que estas orientações forem introduzidas. Faz-se necessária uma adequada preparação das Comunidades e de seus ministros, observando-se diligentemente o discernimento pastoral quanto à sua oportunidade e conveniência de acordo com a realidade local.
335. Evitar-se-ão os abusos, sempre possíveis, na medida em que formarmos os agentes de pastoral para uma sadia criatividade, fomentando positivamente a Liturgia em todas as suas expressões e favorecendo a sua linguagem própria no universo da fé.



O CANTO E A MÚSICA NO TEMPO DO ANO LITÚRGICO

Joaquim Fonseca, OFM
O canto e a música devem expressar o mistério pascal de Cristo, de acordo com o tempo do ano litúrgico e suas festas. A seguir, breve orientação sobre o repertório litúrgico correspondente.

Cantar o advento do Senhor

No início do ano litúrgico, ao longo de quatro semanas, a Igreja entoa um canto de esperança, àquele que está por chegar, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-conosco. Este canto, primeiramente entoado pelos profetas, João Batista e Maria continua ressoando no seio da Igreja que clama: “Vem, Senhor, nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz”.
A gravadora Paulus registrou em dois CDs (Liturgia IV e VIII) o repertório para a liturgia deste tempo.

Cantar o natal do Senhor

“Neste tempo cantamos o nascimento do Príncipe da Paz, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos. E os pobres, ao nos ouvirem, acorrerão pressurosos até o presépio: É, sobretudo para eles a boa notícia, embora seja de alegria para todo o povo” (Hin. Litúrgico - 1, introdução).
      Os cantos para o tempo do natal encontram-se gravados no CD: “Litrugia – V”, da gravadora Paulus.

Cantar a quaresma

      Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo... É um canto de luto, um canto sem ‘glória’ e sem ‘aleluia’, um canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto ‘das profundezas do abismo’ em que nos colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito penitente de quem implora e suplica: ‘Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade’” (Hin. litúrgico – 2, introdução).
Quanto ao repertório litúrgico para este tempo veja os CDs “Liturgia XIII e XIV” da gravadora Paulus.

Cantar a páscoa do Senhor

Ao contrário da sobriedade quaresmal, o tempo pascal é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo, cantamos sua glória, sua vitória sobre a morte. O “aleluia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo o nosso ser com ardor sempre crescente, pois “as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”.
Quanto ao repertório litúrgico para este tempo veja a coleção de CDs “Liturgia” da gravadora Paulus.

Cantar o tempo comum

O tempo comum – o maior do ano litúrgico – nos possibilita desfrutar de outros aspectos da vida e da missão de Jesus e seus discípulos que não são contemplados nos ciclos do natal e da páscoa. Cada domingo do tempo comum tem o sabor de “páscoa semanal”. O Hinário Litúrgico – 3 traz um rico repertório que acompanha o conteúdo central do evangelho de cada domingo, sobretudo nos versículos das aclamações ao evangelho e nos refrãos dos cantos de comunhão.
Os cantos para o tempo comum encontram-se gravados nos CDs: “Liturgia VI e VII” (ano A), ” , “Liturgia IX” (ano B) e “Liturgia XI e XII” (ano C) da Paulus.

Cantar as festas do Senhor

Embora sabendo que, ao longo de todo o ano litúrgico, a Igreja celebra o mesmo mistério de Cristo - por exemplo: No ciclo do natal, o mistério de sua encarnação; no ciclo da páscoa, sua paixão, morte, ressurreição e ascensão; no tempo comum, a memória da presença do Senhor nas circunstâncias do dia-a-dia de sua Igreja -, mesmo assim, no decorrer da história, foi sendo agregado ao calendário litúrgico outras festas do Senhor e de seus santos.
Comecemos pelas festas do Senhor. Vale lembrar, de antemão, que trataremos apenas das festas que são celebradas aos domingos, anualmente, e daquelas que quando caem no domingo são assumidas por este. São elas:

-          Apresentação do Senhor no Templo (2 de fevereiro)
-          Santíssima Trindade (domingo depois de pentecostes)
-          Transfiguração do Senhor (6 de agosto)
-          Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro)
-          Cristo, Senhor do Universo (último domingo do T. Comum).

Outras festas:

-          Festas de Maria (Mãe de Deus, Assunção, Imaculada Conceição, Aparecida).
-          Festas dos Santos (Natividade de S. João Batista, São Pedro e São Paulo Apóstolos, Todos os santos.
-          Outras festas (Dedicação da Basílica do Latrão, Comemoração dos fiéis defuntos).
NB: Todo o repertório litúrgico destas festas está registrado nos CDs: “Festas Litúrgicas I, II, III e IV”, da gravadora Paulus.

Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:

1.     Sua comunidade tem um repertório bíblico-litúrgico apropriado para cada tempo e/ou festa litúrgica?
2.     Você tem acompanhado o lançamento dos CDs da coleção “Liturgia” - a partir do volume “liturgia IV” - da gravadora Paulus?





DINÂMICAS PARA RESSALTAR O COMPROMETIMENTO COM A MISSÃO.

O boneco
Dinâmicas de Identidade e Valores
Como Fazer:
1.     Dividir os participantes em TRÊS subgrupos.
2.     Cada um ficará responsável por uma parte do boneco: cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés.
3.     Cada grupo desenhará uma parte do corpo e terá duas perguntas para responder. As respostas devem ser registradas nos cartazes juntamente com o desenho.
4.     Para que os grupos tenham uma visão geral da dinâmica, é importante que se leiam todas as perguntas antes de iniciar o trabalho.
a) Cabeça: Qual a realidade que vemos nos grupos de canto? O que escutamos da sociedade sobre a animação litúrgica na nossa paróquia?
b) Tronco: O que sentimos sobre a participação no ministério musical que participo? O que sentimos sobre o papel do animador na liturgia?
c) Braços: Até onde podemos alcançar com nossa ação? Com quem (pessoas, entidades etc.) podemos andar de braços dados no canto litúrgico?
d) Mãos: Quais os compromissos que podemos firmar enquanto grupo na animação litúrgica? Quais as ferramentas que temos disponíveis na igreja e na sociedade para divulgar nossas ideias?
e) Pernas: Que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações para o trabalho pastoral? Qual o suporte (pessoas, materiais, finanças etc.) que temos para desenvolver uma ação?
f) Pés: Que ações podemos realizar envolvendo nossa comunidade para animar a liturgia? Que resultado desejamos com nossa ação?


CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DOS CÂNTICOS LITÚRGICOS

Não é qualquer canto que se escolhe para as celebrações. Existem cantos litúrgicos (para as missas) e cantos mensagem (para outras ocasiões, encontros, etc...). As características do Canto litúrgico são:
1. Conteúdo ou inspiração bíblica;
2. Qualquer salmo cantado é litúrgico;
3. Deve ter melodia fácil;
4. Todos os cânticos litúrgicos são personalizados (ritmo próprio, letra própria e momento próprio);
5. Ter cuidado com as músicas destinadas às partes fixas da Celebração (Glória, Santo, Pai Nosso, Cordeiro), pois cada um tem o seu conteúdo próprio e isto é da Tradição da Igreja.
As características a serem levadas em consideração são:

1. Canto de entrada:

Letra: Deve ser um convite à celebração! Deve falar do motivo da celebração.
Música: De ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.

2. Canto penitencial:

De cunho introspectivo, a ser cantado com expressão de piedade. Deve expressar confiança no perdão de Deus.
Letra: Deve conter um pedido de perdão.
Música: Lenta, que leve à introspecção. Sejam usados especialmente instrumentos mais suaves.

3. Canto do glória:

Letra: O texto deve seguir o conteúdo próprio da Tradição da Igreja.
Música: Festiva, de louvor a Deus. Podem ser usados vários instrumentos.
Estrutura: sua estrutura pode ser dividida em 3 partes:
1)     O canto dos anjos na noite do nascimento de Cristo: de “Glória...” até “... amados.”; 
2)     Os louvores a Deus Pai: de “Senhor Deus...” até “... por vossa imensa glória”; 
3)     os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: de “Senhor Jesus Cristo...” até “...
4)     Altíssimo Jesus Cristo”. Termina com um final majestoso, incluindo o Espírito Santo, que não faz parte da aclamação. O ES aparece relacionado com o Filho, pois é neste que se concentram os louvores e as súplicas.
Sentido: dá-se graças pela glória de Deus Pai, pelo Filho, no Espírito. Porém, o Filho se mantém no centro do louvor, da aclamação e da súplica.

4. Salmo Responsorial:

Letra: Faz parte integrante da liturgia da palavra: tem que ser um salmo. Deve ser cantado, revezando solo e povo, ou, ao menos o refrão. Pode ser trocado pelo próprio salmo cantado, porém nunca por um canto de meditação.
Letra: Salmo próprio do dia
Música: Mais suave. Instrumentos mais doces.

5. Aclamação ao Evangelho:

Letra: Tem que ter ALELUIA (louvor a Javé), exceto na Quaresma. É um convite para ouvir; é o anúncio da Palavra de Jesus. Deve ser curto, e tirado do lecionário, próprio do dia.
Música: De ritmo vibrante, alegra, festivo e acolhedor. Podem ser usados outros instrumentos.

6. Canto das oferendas:

Letra: Não é tão necessário que se fale de pão e vinho. Pode falar do oferecimento da vida, etc...
Música: Melodia calma, suave. Uso de instrumentos suaves.

7. Santo:

É um canto vibrante por natureza.
Letra: Se possível seguir o texto original, indicado pela Tradição da Igreja.
Música: Que os instrumentos expressem a exultação desse momento e a santidade “Tremenda de Deus”. Deve ser sempre cantado.
Sentido: É a conclusão do Prefácio, cuja aclamação, que é parte e abertura da oração Eucarística, expressa a assembleia unida aos espíritos celestes, proclamando que Deus é Santo, Senhor do Universo. É um dos pontos mais altos da prece eucarística, portanto deve ter um clima de manifestação gloriosa, de teofania, manifestação de Deus que habita os altos céus (a visão de Isaías). Se a variedade de diversos sons na união das vozes de uma mesma melodia já parece insinuar e simbolizar a unidade de uma cidade bem organizada, a união das vozes humanas em um mesmo canto aparece como uma adequada expressão comunitária. Assim, o Santo, unido às vozes do coro celestial, evoca a parusia gloriosa do fim dos tempos, ambiente de festa em que o céu e a terra se unem, reunindo num louvor cósmico e universal.

ORAÇÃO PELA PAZ – ABRAÇO DA PAZ

A saudação é sempre um gesto simbólico, e bastaria cumprimentar os que estão mais próximos. O rito não deve levar muito tempo. Não deve substituir ou abafar o canto do “Cordeiro de Deus”, que tem preferência, durante o rito da fração do pão. O mais importante é o abraço, e não o canto, que é facultativo. 
Poderia ser entoado apenas pelo coral e reservado para circunstâncias especiais ou pequenos grupos.

Doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”.

É uma hora muito importante e solene. É o verdadeiro e próprio ofertório da missa. É cantado apenas pelo Sacerdote. O AMÉM conclusivo, aí sim cantado pelo povo é o mais importante da Missa e deve ser cantado ao menos aos finais de semana.

9. Pai-Nosso:

Pode ser cantado, mas desde que com as mesmas e exatas palavras da oração. Não de diz o Amém, mesmo quando cantado.

10. Cordeiro de Deus:

Pode ser cantado com melodia não muito rápida e sempre com as mesmas palavras da oração.

11. Canto de Comunhão:

É um canto processional, para se cantar andando.
Letra: Preferência que tenha sintonia com o Evangelho e que seja “Eucarística”.
Música: Processional, toada, balada, etc...

12. Ação de Graças:

Se for o caso, se canta dando graças, louvando e agradecendo o encontro com o Senhor e com os Irmãos. No entanto, que se tenha tempo de silêncio profundo e de adoração e intimidade com o Senhor. Instrumentos mais doces e melodia lenta e que leve a adoração.

13. Canto final:

É para ser cantado após a Bênção Final, enquanto o povo se retira da Igreja: é o canto de despedida.
Letra: Deve conter uma mensagem que levaremos para a vida, se possível, referente ao Evangelho do dia.
Música: Alegre, vibrante. Podem ser usados outros instrumentos.


A MÚSICA LITÚRGICA FORMAÇÃO

A música sacra é tanto mais santa quanto mais intimamente se articula com a ação litúrgica, contribuindo para a expressão mais suave e unânime da oração ou conferindo ao ritual maior solenidade. (SC 112)
O Canto não é algo de secundário ou lateral, na liturgia, mas uma das expressões mais profundas e autênticas da própria liturgia e possibilita ao mesmo tempo uma participação pessoal e comunitária dos fiéis.
“Toda música sacra é música religiosa, mas nem toda música religiosa é música sacra”.
Continua-se cantando “na” liturgia qualquer música religiosa, catequética ou de mensagem, em vez de cantar “a” liturgia. Este mesmo erro ocorre também quando alguns movimentos ou grupos propõem músicas que não estão de acordo com a ação ritual e os tempos litúrgicos. (Est. da CNBB 79, n°27)
Celebrações promovidas por movimentos religiosos, congregando frequentemente grande número de participantes, aqui e acolá, com ampla divulgação da mídia, pouco levam em conta os textos litúrgicos, substituindo-os facilmente por letras de grande pobreza existencial, poética e teológica. (CNBB 79, n°43)
Descamba-se desvios preocupantes, (...) seja pelo exagerado individualismo, intimista e sentimentalista, muito “eu” e muito “meu”, desvirtuando a dimensão comunitária da fé, numa busca de emoções que reduz a relação com Deus a mero jogo de sentimentos, sem a profundidade e a amplitude do compromisso cristão.
A Música Ritual, também chamada de música litúrgica, é a música que acompanha os diversos ritos, as ações sagradas, sendo parte integrante da liturgia, tendo as mesmas características da ação litúrgica: memorial, orante, contemplativa, trinitária, pascal, centrada em Cristo, eclesial, eucarística, profética, narrativa, salvífica. Assim, já não se trata de cantar qualquer canto na liturgia cristã, só porque é bonito, mas cantar a própria liturgia, os textos rituais, o que exige conhecimento da liturgia e da função ritual de cada canto.
São os cantos indispensáveis e insubstituíveis, que devem ser cantados na íntegra, porque são o próprio texto ritual, assim como se apresenta na Liturgia. São eles: Ato Penitencial: Senhor tende piedade, Hino de Louvor: Glória, Credo, Cordeiro de Deus, Santo, Pai Nosso.
Alguns cantos na celebração têm a função de acompanhar um rito, que em geral são as procissões, os movimentos. São necessários, mas não indispensáveis menos importantes que os que constituem o rito. É o chamado "Próprio de cada Missa", que, portanto, muda, conforme o Tempo Litúrgico, a Palavra, o momento celebrativo, o tipo de Celebração e de assembleia... São eles: Canto entrada, Aclamação ao Evangelho: Aleluia! Canto de Preparação das Oferendas, Canto da Paz (facultativo), Canto de Comunhão, Pós-Comunhão (facultativo), Louvor Final (facultativo).
A escolha dos cantos para as celebrações seja feita com critérios válidos. Não se devem escolher os cantos para uma celebração porque “são bonitos e agradáveis”, ou porque “são fáceis”, mas porque são litúrgicos, respondendo aos quesitos preliminares:
a) O QUE se vai celebrar (o mistério de Cristo): a festa do dia, o tempo litúrgico;
b) QUEM vai celebrar: uma comunidade concreta, com sua vida, sua cultura, seu modo de expressar.
c) COM QUE MEIOS (os cantos, as leituras, as orações...); então passar à escolha dos cantos em equipe, tendo em vista:
O Texto dos cantos: que sejam de inspiração bíblica, que cumpram a sua função ministerial e que se relacionem com a festa ou o tempo;
A Música: que seja a expressão da oração e da fé desta comunidade; que combinem com a letra e com a função litúrgica de cada canto. (Pastoral da Música litúrgica no Brasil, n°3.12).
ENTRADA Tem o papel criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembleia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles (Mt 18,20). Este canto tem de deixar a assembleia num estado apropriado para a escuta da palavra de Deus.
Deve ser condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência Episcopal. (IGMR n° 26) Pode ser executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Dica: O canto de entrada tem de estar de acordo com o Tempo Litúrgico e nas ocasiões festivas e Solenidades, estar de acordo com a ocasião celebrada.
ATO PENITENCIAL: Senhor tende piedade! A breve ladainha do "Senhor tende piedade" tradicionalmente era uma oração de louvor a Cristo ressuscitado feito "Senhor", pela qual a Igreja pedia que mostrasse a sua amorosa bondade. A música, o canto, a expressão corporal, nesse momento, devem propiciar o encontro com o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (2Cor 1,3), que nos liberta de toda culpa e nos reconstitui a paz pelo Sangue de Cristo derramado na cruz (Cl 1,20).
Dica: A forma; "Senhor tende piedade" é a mais exigida, porém existem formas mais ricas as quais podemos encontrar no Missal Romano ou nos Salmos penitenciais (Sl 15; 25; 32; 50-51; 81; 85; 95; 130). Antes de executar o canto é de bom grado fazer um breve momento de silêncio por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral.
GLÓRIA É um hino antiquíssimo, iniciando-se com o louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor, desenvolveu-se antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma aclamação trinitária, e sim Cristológica. Nele a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. É recomendável que este Hino seja alternado entre o coral e o povo.
SALMO RESPONSORIAL Para a Liturgia de a Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido cantado como prolongamento meditativo e orante da palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e de fidelidade. A tradicional execução do Salmo Responsorial é dialogal: o povo responde com um curto refrão aos versos sálmicos, cantados por um solista. Deve ser cantado ou proclamado do ambão.
Dica: Não pode ser substituído por um canto qualquer sobre a palavra de Deus, como durante certo tempo se andou fazendo com os chamados “cantos de meditação”. É recomendável que o salmista se ponha na celebração apenas como salmista, ou seja, seu canto fique em exclusividade do Ministério do Salmo.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO A aclamação "Hallelu-Jah" ("Louvai ao Senhor!"), que tem sua origem na liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na liturgia cristã. A aclamação constitui um rito ou um ato com valor por si próprio, pelo qual a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar no Evangelho, e professa a sua fé por meio do canto. O Aleluia canta-se em todos os tempos fora da Quaresma. Os versículos tomam-se do Lecionário. Na Quaresma, em vez do Aleluia canta-se o versículo antes do Evangelho que vem no Lecionário.
PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. Momento em que o povo deseja expressar sua disposição de querer oferecer sua vida, sua luta e trabalho ao Senhor, o que parece ter um alto valor existencial e espiritual. Dica: Segue os mesmos critérios do canto de entrada.
SANCTUS Para concluir o Prefácio da Oração Eucarística o povo todo aclama o Senhor com as palavras que Isaías ouviu os Serafins cantarem no templo, na sua visão e o canto da multidão, na entrada de Jerusalém. (Is 6,3 e Mt 21,9). Dica: Não basta conter a palavra “santo” para ser cantada como Santo. É preciso dizer três vezes: “Santo, Santo, Santo”. Devemos evitar usar como o "Santo" músicas como; "Eu celebrarei"; "Hosana"; "Santo dos Anjos"; "Santo é Senhor Javé".
CANTO DA PAZ Acompanha o gesto da saudação da paz. É um canto facultativo, podendo ser reservado para ocasiões especiais. Não pode substituir ou abafar o canto do "Cordeiro de Deus", que tem a preferência, durante o rito da fração do pão. O Canto de Paz só existe no Brasil, então é um canto que possui valor somente na Cultura e não na Liturgia. Tem somente que traduzir o sentido da cumplicidade e da saudação entre os irmãos.
CORDEIRO DE DEUS Este canto litânico acompanha o partir do pão, antes de se proceder a sua distribuição. Não deve ser usado como se fosse uma maneira de encerrar o abraço da paz. A execução desse canto deve se dar somente no momento do partir do pão eucarístico, feita pelo presidente da celebração A invocação e a súplica são dialogais. Podem ser repetidas quantas vezes o exigir a ação que acompanham, terminando sempre com a resposta: "Dai-nos a paz!".
CANTO DE COMUNHÃO Deve fomentar o sentido de unidade. É canto que expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do Mistério que está sendo celebrado. Por isso, a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na adoração do Santíssimo Sacramento não é adequada para este momento, pois ressalta apenas a fé na Presença Real, carecendo das demais dimensões essenciais do Mistério da Fé.
A letra não se reduza a expressão excessivamente subjetiva, individualista, intimista e sentimentalista da comunhão. Que ela projete a assembleia como um todo, e cada uma das pessoas que participam, para a constituição do Corpo Místico de Cristo. Dica: A forma que a tradição litúrgica oferece para o Canto de Comunhão foi a de um refrão retirado do texto do Evangelho do dia alternado por versos de um salmo apropriado. (Hinário A, B, C)
O canto de Comunhão deve ser escolhido de acordo com as Leituras da Missa. -Após as leituras dos textos deve-se extrair o sentido daquela Celebração. -Sabendo então o sentido da celebração deve-se escolher o canto de acordo com o mesmo. No caso das Solenidades, o canto deve acompanhar o sentido das mesmas. O canto só começa quando o sacerdote comunga.
PÓS-COMUNHÃO Terminada a distribuição da comunhão, se for oportuno, os sacerdotes e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembleia entoar ainda um hino, salmo, ou outro canto de louvor. (IGMR n° 56) O uso desse canto é facultativo. Dica: Como não há uma forma pré-definida da estrutura desse canto procure aproximar sua letra ao máximo do sentido da Celebração.
CANTO FINAL A reforma conciliar pôs o "Ide em paz" como última fórmula da celebração, e seria ilógico um canto neste momento, pois a assembleia está dispensada. Durante a saída do povo, o mais conveniente seria um acompanhamento de música instrumental.
Se em alguma ocasião parecer oportuno um "canto final", que ele seja cantado com a presença de todo o mundo, logo após a benção, antes do "Ide em paz". Dica: O canto final é facultativo, podendo ser um canto a Maria, ao padroeiro, de envio, devocional.
Por isso dizia com razão Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”, e há um provérbio antigo que afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes”. (IGMR nº19) Lex orandi, Lex credendi (a lei da oração é a lei da fé).