Ano litúrgico
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O Ano litúrgico é o período de
doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como memorial, os
mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos.
Organização do ano litúrgico
O Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir.Cores litúrgicas
O altar, o tabernáculo,
o ambão,
a estola
e a casula usadas pelo sacerdote combinam
todos com uma mesma cor, que varia ao longo do ano litúrgico. Na verdade, a cor
usada num certo dia é válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um
mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do
dia, indicada pelo calendário litúrgico, fica estabelecida uma determinada cor
(a excepção vai para as igrejas que celebram naquele determinado dia o seu santo padroeiro).
Desta forma,
concluiu-se que as diferentes cores possuem algum significado para a Igreja:
elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também
a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano
Litúrgico. Manifesta também a unidade da Igreja. No início havia uma certa
preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas
só foram fixadas em Roma
no século XII.
Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos
do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal.
As cores litúrgicas são seis:
Branco
-
Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas da Virgem Maria, de
São João Evangelista (apóstolo) e dos Santos, excepto dos mártires e dos
apóstolos. Simboliza alegria, ressurreição, vitória e pureza. Sempre é usado em
missas festivas.
Vermelho
-
Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também
o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão e do Domingo de
Ramos. Usado nas missas do Crisma, celebradas normalmente no dia dos
Pentecostes, e de mártires.
Verde
-
Usa-se nos domingos normais e dias da semana do Tempo Comum. Está ligado ao
crescimento, à esperança.
Roxo
-
Usado no Advento. Na Quaresma também se usa, a par de uma variante, o violeta.
É símbolo da penitência, da serenidade e de preparação, por lembrar a noite.
Também pode ser usado nas missas dos Fiéis Defuntos e na celebração da
penitência.
Rosa
-
O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento (Gaudete) e 4º domingo da
Quaresma (Laetare). Simboliza uma breve pausa, um certo alívio no rigor da penitência
da Quaresma e na preparação do Advento.
Preto
-
Representa o luto da Igreja. Usa-se na celebração do Dia dos Fiéis Defuntos e
nas missas dos Fiéis Defuntos.
A Igreja
estabeleceu, para o Rito romano, uma seqüência de leituras bíblicas
que se repetem a cada três anos, nos domingos e nas solenidades. As leituras
desses dias são divididas em ano A, B e C. No ano A lêem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. Já o Evangelho de São João é reservado para as
ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.
Nos dias da semana
do Tempo Comum, há leituras diferentes para os anos pares e para os anos
ímpares, tirando o Evangelho, que se repete de ano a ano. Deste modo, os
católicos, de três em três anos, se acompanharem a liturgia diária, terão lido
quase toda a Bíblia.
O Ano Litúrgico da
Igreja é assim dividido:
- Ciclo da Páscoa
- Ciclo do Natal
- Tempo comum
- Ciclo santoral
Tempo do Advento
O Tempo do Advento
possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades
do Natal,
em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também
um tempo em que, por meio desta lembrança, se voltam os corações para a
expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por esse duplo
motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa expectativa da
vinda do Messias, além de se apresentar como um tempo de purificação de vida. O
tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de
Dezembro, desembocando na comemoração do nascimento de Cristo. É um
tempo de festa, mas de alegria moderada.
Tempo do Natal
Após a celebração
anual da Páscoa,
a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas
primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento
do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal de
Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se
comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são
celebradas as festas da Sagrada
Família, de Maria, mãe de Jesus e do Batismo de
Jesus.
Tempo da Quaresma
O Tempo da Quaresma
é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo
de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura quarenta dias. Neste período não
se diz o Aleluia,
nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não
se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as
manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que
se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina no Lava
Pés .
Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal
começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a
Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio,
e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira
Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do
ano que não tem Missa,
acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de “Ação ou Ato Litúrgico”.
Durante o Sábado Santo,
a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus
morto e sepultado.
Na noite de Sábado
Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa,
acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo
Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que
prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
Tempo Pascal
A Festa da Páscoa
ou da Ressurreição do Senhor, se estende por
cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes,
comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito
Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e
exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem
um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo
Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.
Tempo Comum
Além dos tempos
que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta
e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de
Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude,
principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que
nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. É um tempo de
esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum,
mas não tem nada de vazio. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas
lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo Comum é dividido em duas partes: a
primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um
momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de
Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o
momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo
no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
O Tempo Comum é
ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria
e dos Santos.
Festas de guarda
Baseando-se no terceiro
mandamento da Lei de Deus (guardar os domingos e festas de guarda), a Igreja
Católica estipula que todos os católicos são obrigados a irem à missa em todos
os domingos e festas de guarda. Por isso, esta obrigação está também presente
nos Cinco Mandamentos da Igreja Católica. A maior parte das festas de guarda
calham sempre num domingo (ex: Domingo de
Ramos, Pentecostes, domingo de Páscoa, Santíssima Trindade, etc.), que já é o dia
semanal obrigatório de preceito ou guarda. Então, as festas de guarda que podem
não ser no domingo são apenas dez:[1]
1 de Janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;
6 de Janeiro - Epifania
19 de Março - Solenidade de São José
Ascensão de Jesus (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa)
Corpus Christi (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade)
29 de Junho - Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
15 de Agosto - Assunção de Maria
1 de Novembro - Dia de Todos-os-Santos
8 de Dezembro - Imaculada Conceição de Maria
25 de Dezembro - Natal
Porém, nem todos
os países e dioceses
festejam e guardam estes dez dias de preceito, porque, "com a prévia
aprovação da Sé Apostólica, [...] a Conferência Episcopal pode suprimir algumas
das festas de preceito ou transferi-los para um domingo".[1]
Referências
- ↑ a b Cânon 1246 do Código de Direito Canónico (em inglês)